quarta-feira, 15 de setembro de 2010

digerir só

Às vezes a nossa angústia é tão grande que parece que o peito vai se rasgar ao meio, espalhando-a pelo mundo todo. Dói! E, nesses momentos desesperados, tudo o que a gente quer é gritar a nossa dor. Mostrar a todos como ela é grande, como é real e sincera... E, nessa necessidade desamparada de acolhimento, acabamos depositando nos outros uma responsabilidade que não cabe a mais ninguém além de nós mesmos. Não podemos culpar outra pessoa por nossa angústia e muito menos esperar que alguém nos livre dela. Nós somos os únicos responsáveis por nós mesmos. Por nossos buracos, por nossas aflições e também por nossas vitórias e alegrias. Se existe uma espera angustiante e desesperada é porque não estamos suficientemente preenchidos. Tratemos, portanto, de nos preencher sozinhos!

domingo, 29 de agosto de 2010

A dor que mais dói

"Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche. Saudade é não querer saber. Não querer saber se ele está com outra, se ela está feliz, se ele está mais magro, se ela está mais bela. Saudade é nunca mais querer saber de quem se ama. E, ainda assim, doer."
(Martha Medeiros - A dor que mais dói)

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

O aprendizado

"Vamos viver tudo o que há pra viver; vamos nos permitir..."


No coração, tenho uma ferida ainda não cicatrizada e, na consciência, tenho a certeza não só de que a ferida vai sarar como também de que a cicatriz vale muito a pena! Assim como todos os nossos prantos. Nossos prantos, nossos... De quem se atreve a viver profundamente, dando espaço para as emoções, caindo, se ferrando e correndo muito atrás da felicidade. É isso aí: a gente chora, sofre, ri e grita histericamente, liga de madrugada para as amigas, escreve compulsivamente tentando entender os sentimentos (e, quando não consegue, liga para a psicóloga!); a gente briga, xinga, joga tudo para o alto, fica sufocada, angustiada, bagunçada, se empanturra de doce e corre para o colo da mãe... Depois volta com força e fica linda, arrumada, elegante e ri de tudo o que passou! A gente se entristece e pensa que não vai conseguir superar as nossas dores. Mas não há dor nessa vida que não seja passageira. A gente supera, sim! Supera com força e garra. E, no final, todo aquele desespero que a gente pensava que não fosse passar nunca vira aprendizado. A gente amadurece, engrandece, chega mais perto da plenitude. E depois transforma todo o nosso sofrimento em arte! É isso que nós fazemos, é isso que nós somos! Somos artistas! Artistas da vida. E o nosso pranto é nosso. Nossa angústia é nossa e não pertence a mais ninguém. Não vamos entregá-la a ninguém! Vamos digeri-la... Depois ela vira arte! Eu aprendi a digerir minha angústia sozinha... Porra, que dor sufocante! E que sensação maravilhosa que é conseguir digerir essa dor sozinha, sem entregá-la a mais ninguém... A dor é minha, o buraco é meu. E eu estou aprendendo a me preencher sozinha.


E quer saber de uma coisa? Estou com muita vontade de dançar hoje à noite!

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Os sete gatinhos

A Companhia de Teatro Contemporâneo irá apresentar, no próximo fim de semana de julho (dias 10 e 11) a peça "Os sete gatinhos", de Nelson Rodrigues.

A montagem será realizada pelos alunos do primeiro perído do Curso Profisssionalizante da Companhia, sendo eles responsáveis também pelo figurino, som e iluminação da peça.


No elenco:

10/07

Seu Noronha - Vinicius Oliveira
Dona Aracy - Rosana Rodrigues
Aurora - Carolina Floare
Arlete - Roberta Mancuso
Débora - Malu Costa
Hilda - Luana Crispim
Silene - Eduarda Maciel
Bibelot - Augusto Vieira

Atores Convidados:

Portela/ Seu Saul - Fábio Félix
Dr. Bordalo - Pedro Rodrigues



11/07

Seu Noronha - Vinicius Oliveira
Dona Aracy - Flávia Spranger
Aurora - Renata Rippel
Arlete - Malu Costa
Débora - Roberta Mancuso
Hilda - Luana Crispim
Silene - Rani Messias
Bibelot - Augusto Vieira

Atores Convidados:

Portela/Seu Saul - Fábio Félix
Dr. Bordalo - Pedro Rodrigues


Ingressos à venda:

Os ingressos estão a 30 reais na Bilheteria do teatro e 25 reais na compra antecipada (sem meia entrada).


Endereço do teatro:
Rua Conde de Irajá, 253
Botafogo - Rio de Janeiro
Telefone: 2537-5204


Para mais informações, acesse: http://www.setegatinhos.blogspot.com/ ou entre em contato conosco: setegatinhos@gmail.com.


Aos amigos e familiares:
GENTE, NÃO DEIXA DE IR!
Tivemos um bom trabalho para preparar essa montagem e estamos todos dando o nosso melhor. Venham nos prestigiar!

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Hoje é aniversário da minha avó...





uma homenagem para a minha velhinha tão amada ...


Vozinha charmosíssima, parabéns pelos 82 aninhos!








É bem verdade que com a rotina do nosso dia-a-dia a gente acaba nem tendo tempo de dizer - ou mostrar - às pessoas especiais o quanto elas são especiais. Vai ver é por isso que existem as datas comemorativas, né?! Tem gente que acha bobagem e talz, mas eu acredito que não deixa de ser uma oportunidade pra gente fugir da rotina e fazer uma coisa especial para as pessoas que são tão especiais pra gente, todo dia. E talvez nem saibam o quanto, né, vozinha?


Sabe qual é o problema? A minha velhinha tá tão esquecida que me liga trinta vezes para perguntar a mesma coisa, tadinha! Aí, por exemplo, na décima vez que ela me liga pra perguntar se eu já jantei eu - que claro, não sou lá um poço de paciência e ternura - me estresso e acabo sendo um pouquinho... grossa! Eu também bem sei que às vezes chego estressada em casa e quem leva o pato é sempre a vó, a tia e a mãe... Aí você deve ficar pensando que eu sou uma pedra que não gosta de ninguém. MENTIRA! É inevitável descontar as coisas nas pessoas que convivem com a gente (é que a gente vê aquela mesma carinha todo dia... e às vezes ela aparece bem na hora errada), isso não quer dizer falta de amor, viu, vovó? Aliás, é exatamente o contrário: a gente só briga porque sabe que vai fazer as pazes depois.

Eu te amo muito, vozinha! Não vou dizer que vou tentar ter mais paciência com você porque isso já seria se aproveitar da data pra pregar uma mentira. Paciência não é uma virtude inerente à minha personalidade, infelizmente! Mas, com todos os meus defeitos e com todos os seus defeitos, eu TE AMO e te aceito. Mesmo brigando, mesmo perdendo a paciência, mesmo esquecendo de te ligar quando volto do teatro ("ela volta tão tarde, eu fico preocupada!"). Não quero que você duvide do meu amor por você nunca. Porque ele é imenso!

Parabéns, vozinha! Muitas felicidades e que venham mais 82 anos que você ENCARA!



ps: fonte gigantesca pra vovó não reclamar que a letra está pequena!


segunda-feira, 21 de junho de 2010

Sobre o amor...

Durante muitos anos da minha vida, eu pensei que tivesse nascido para amar. Apenas para amar. Desesperadamente, intensamente, com todas as minhas forças, com cada pedaço de mim e com toda a energia da minha alma. Por esse motivo, eu passei muitos anos da minha vida procurando uma única pessoa para quem eu pudesse dedicar todo o meu amor. Uma pessoa para quem eu pudesse me entregar completamente, de corpo e alma, com tudo o que há em mim. Uma pessoa que pudesse se tornar a razão da minha existência. No entanto, no meio dessa busca, eu acabei descobrindo que essa pessoa nunca apareceria. Simplesmente porque a razão da minha existência vai muito além de entregar todo o meu amor para um único alguém.
Hoje eu estou certa de que nasci, sim, para amar. Mas o amor que eu tenho em mim é grande demais para ser dedicado a uma pessoa só. Meu amor é tão forte, tão imenso, que abrange o mundo inteiro e todas as coisas bonitas da vida. Tenho amor demais guardado. Pela minha arte, pelas pessoas, pelas crianças, pela minha família, por todos os meus amigos, pela lua, pelas estrelas, pelos mares e montanhas, por toda a natureza, pela Patricia, pelo Diego, por mim mesma, pela humanidade como um todo e por cada sorriso que eu consigo arrancar de alguém.
Meu amor é incondicional e grande demais para sofrer a limitação de ser entregue a um único indivíduo.

Imprevisto

I

um poema
brotou no asfalto
e uma flor nasceu em mim

simples
e inesperadamente
assim.

II

na manhã
brotaram flores no asfalto
tomam toda a extensão da avenida
o povo incrédulo fala em milagre
o poeta apenas observa a multidão
toma na mão um regador
e derrama água e versos sobre o improvável jardim.

Márcia Maia e Flávio Machado