domingo, 29 de agosto de 2010

A dor que mais dói

"Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche. Saudade é não querer saber. Não querer saber se ele está com outra, se ela está feliz, se ele está mais magro, se ela está mais bela. Saudade é nunca mais querer saber de quem se ama. E, ainda assim, doer."
(Martha Medeiros - A dor que mais dói)

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

O aprendizado

"Vamos viver tudo o que há pra viver; vamos nos permitir..."


No coração, tenho uma ferida ainda não cicatrizada e, na consciência, tenho a certeza não só de que a ferida vai sarar como também de que a cicatriz vale muito a pena! Assim como todos os nossos prantos. Nossos prantos, nossos... De quem se atreve a viver profundamente, dando espaço para as emoções, caindo, se ferrando e correndo muito atrás da felicidade. É isso aí: a gente chora, sofre, ri e grita histericamente, liga de madrugada para as amigas, escreve compulsivamente tentando entender os sentimentos (e, quando não consegue, liga para a psicóloga!); a gente briga, xinga, joga tudo para o alto, fica sufocada, angustiada, bagunçada, se empanturra de doce e corre para o colo da mãe... Depois volta com força e fica linda, arrumada, elegante e ri de tudo o que passou! A gente se entristece e pensa que não vai conseguir superar as nossas dores. Mas não há dor nessa vida que não seja passageira. A gente supera, sim! Supera com força e garra. E, no final, todo aquele desespero que a gente pensava que não fosse passar nunca vira aprendizado. A gente amadurece, engrandece, chega mais perto da plenitude. E depois transforma todo o nosso sofrimento em arte! É isso que nós fazemos, é isso que nós somos! Somos artistas! Artistas da vida. E o nosso pranto é nosso. Nossa angústia é nossa e não pertence a mais ninguém. Não vamos entregá-la a ninguém! Vamos digeri-la... Depois ela vira arte! Eu aprendi a digerir minha angústia sozinha... Porra, que dor sufocante! E que sensação maravilhosa que é conseguir digerir essa dor sozinha, sem entregá-la a mais ninguém... A dor é minha, o buraco é meu. E eu estou aprendendo a me preencher sozinha.


E quer saber de uma coisa? Estou com muita vontade de dançar hoje à noite!