segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

O vento da mudança já veio e foi embora.
Este vento que sopra hoje em minha alma
Não é o mesmo vento de outrora.

Se, em algum canto do mundo, agora
Existe alguém que chora,
Este alguém escondido
Não deve reprimir uma só lágrima de seu pranto doído.
Porque, se é sincera a dor de quem chora,
Na lágrima que se derrama agora,
Está contida uma poesia tão profunda,
que, mesmo na tristeza, se faz bela.
Pois nunca haverá,
noutros olhos, noutra lágrima,
a mesma poesia que há nela.

E se hoje existe alguém que ri por aí
Um riso solto, escancarado
Que este alguém saiba fazer deste riso
seu último legado.
Porque o riso de hoje
Nunca mais será o mesmo riso.
Amanhã, talvez, já tenha outro motivo.

É que não se pode rir duas vezes o mesmo riso
Nem chorar duas vezes o mesmo pranto
Não se pode amar duas vezes a mesma pessoa
E nem se apaixonar duas vezes com o mesmo encanto.

Amanhã o sol que brilhou hoje
Terá outro brilho
Para iluminar um novo dia
E transformar a alegria em dor,
a dor em alegria.

Por isso, minha menina,
Não tenha medo da mudança.
Nem tudo o que vem
Vem para o bem,
Mas todo o mal que chega -
mesmo o mal que devora -
dura um tempo, depois vai embora.
Viva sempre o mais intenso que possa,
sem medo de doer,
Porque tudo o que se vive de grande
é eterno em seu instante
e, para ser inteiro,
é preciso sofrer.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Melancolia

"Tudo que vai deixa um gosto, deixa as fotos. Quanto tempo faz. Deixa os dedos, deixa a memória. Eu nem me lembro mais..."

...



Para aqueles que mais me trouxeram alegria no janeiro quente do meu Rio.



Para enganar um pouquinho a tristeza,
vou bagunçando, abrindo gavetas,
tateando papeis e fotos sobre a mesa.



Só para lembrar um pouco do riso.



Riso de janeiro



E nosso verão quente, escaldante.



Mas nosso. Tão nosso. Só nosso.

Para afastar a solidão por instante,
vou me perdendo no tempo, ouvindo minhas músicas preferidas.
Revejo as fotos e sinto novamente
o gosto da alegria perdida.