quarta-feira, 23 de junho de 2010

Hoje é aniversário da minha avó...





uma homenagem para a minha velhinha tão amada ...


Vozinha charmosíssima, parabéns pelos 82 aninhos!








É bem verdade que com a rotina do nosso dia-a-dia a gente acaba nem tendo tempo de dizer - ou mostrar - às pessoas especiais o quanto elas são especiais. Vai ver é por isso que existem as datas comemorativas, né?! Tem gente que acha bobagem e talz, mas eu acredito que não deixa de ser uma oportunidade pra gente fugir da rotina e fazer uma coisa especial para as pessoas que são tão especiais pra gente, todo dia. E talvez nem saibam o quanto, né, vozinha?


Sabe qual é o problema? A minha velhinha tá tão esquecida que me liga trinta vezes para perguntar a mesma coisa, tadinha! Aí, por exemplo, na décima vez que ela me liga pra perguntar se eu já jantei eu - que claro, não sou lá um poço de paciência e ternura - me estresso e acabo sendo um pouquinho... grossa! Eu também bem sei que às vezes chego estressada em casa e quem leva o pato é sempre a vó, a tia e a mãe... Aí você deve ficar pensando que eu sou uma pedra que não gosta de ninguém. MENTIRA! É inevitável descontar as coisas nas pessoas que convivem com a gente (é que a gente vê aquela mesma carinha todo dia... e às vezes ela aparece bem na hora errada), isso não quer dizer falta de amor, viu, vovó? Aliás, é exatamente o contrário: a gente só briga porque sabe que vai fazer as pazes depois.

Eu te amo muito, vozinha! Não vou dizer que vou tentar ter mais paciência com você porque isso já seria se aproveitar da data pra pregar uma mentira. Paciência não é uma virtude inerente à minha personalidade, infelizmente! Mas, com todos os meus defeitos e com todos os seus defeitos, eu TE AMO e te aceito. Mesmo brigando, mesmo perdendo a paciência, mesmo esquecendo de te ligar quando volto do teatro ("ela volta tão tarde, eu fico preocupada!"). Não quero que você duvide do meu amor por você nunca. Porque ele é imenso!

Parabéns, vozinha! Muitas felicidades e que venham mais 82 anos que você ENCARA!



ps: fonte gigantesca pra vovó não reclamar que a letra está pequena!


segunda-feira, 21 de junho de 2010

Sobre o amor...

Durante muitos anos da minha vida, eu pensei que tivesse nascido para amar. Apenas para amar. Desesperadamente, intensamente, com todas as minhas forças, com cada pedaço de mim e com toda a energia da minha alma. Por esse motivo, eu passei muitos anos da minha vida procurando uma única pessoa para quem eu pudesse dedicar todo o meu amor. Uma pessoa para quem eu pudesse me entregar completamente, de corpo e alma, com tudo o que há em mim. Uma pessoa que pudesse se tornar a razão da minha existência. No entanto, no meio dessa busca, eu acabei descobrindo que essa pessoa nunca apareceria. Simplesmente porque a razão da minha existência vai muito além de entregar todo o meu amor para um único alguém.
Hoje eu estou certa de que nasci, sim, para amar. Mas o amor que eu tenho em mim é grande demais para ser dedicado a uma pessoa só. Meu amor é tão forte, tão imenso, que abrange o mundo inteiro e todas as coisas bonitas da vida. Tenho amor demais guardado. Pela minha arte, pelas pessoas, pelas crianças, pela minha família, por todos os meus amigos, pela lua, pelas estrelas, pelos mares e montanhas, por toda a natureza, pela Patricia, pelo Diego, por mim mesma, pela humanidade como um todo e por cada sorriso que eu consigo arrancar de alguém.
Meu amor é incondicional e grande demais para sofrer a limitação de ser entregue a um único indivíduo.

Imprevisto

I

um poema
brotou no asfalto
e uma flor nasceu em mim

simples
e inesperadamente
assim.

II

na manhã
brotaram flores no asfalto
tomam toda a extensão da avenida
o povo incrédulo fala em milagre
o poeta apenas observa a multidão
toma na mão um regador
e derrama água e versos sobre o improvável jardim.

Márcia Maia e Flávio Machado